sábado, 9 de julho de 2011


Pergunto-me até onde vai a coragem. Pergunto-me se quando chegar a minha vez, eu vou ter a força para lutar até ao fim. Para morrer. Pergunto-me o que vai acontecer depois, quando fechar os olhos. Sei que não vou estar aqui, mas ideia de simplesmente deixar de existir depois de tanto esforço, de tanto trabalho para me manter viva, atormenta-me. Someone left me. And I wonna hear it in my heart. Não consigo tirar estas frases da cabeça, apesar de a última palavra estar sempre a mudar. Coração, cabeça, olhos, mente, braços.
Parece que perdi alguém. Não, parece que perdi o mundo. Parece que perdi tudo. Como se já tivesse a acumular lutas à muito tempo e só agora me tivesse apercebido da imensidão delas. Como se tivesse desistido sem pensar duas vezes, simplesmente porque já não consigo pensar.
Eu sabia que a vida era uma batalha, a minha, pelo menos. Já ganhei e já perdi muitas guerras, mas nunca, nunca na minha desisti de uma luta. Mesmo quando sabia que ia perder. Por isso, porquê agora?
Eu sempre lutei. Contra as injustiças e sempre sofri. Sofri todos os segundos da minha vida. E nunca ninguém quis saber. Porquê agora? Porque é que agora que eu tenho tantas lutas as pessoas adicionam mais e mais e mais problemas e injustiças e impertinências… Coisas com que não consigo lidar neste momento. Mas as pessoas parecem não se aperceber do efeito que isso tem. Mais, mais e mais abaixo.
Someone left me. And I wonna be in your arms.
A frase continua na minha cabeça, sempre em mudança.
A cada dia que passa, a insanidade ganha mais uma guerra. E eu espero, eu choro, eu grito estas frases na minha cabeça.
Não há cura, não há solução, não há mais nada. Só restou o vazio, porque é sempre isso que resta.
Ele dizia que eu sou corajosa, mas é nela que ele pensa.
Ele dizia que ela não é interessante, mas continua sem me ligar nenhuma.
Ele dizia que eu era tudo, mas agora faz-me sentir um grande Nada.
Ele dizia que ia estar sempre aqui e foi-se embora.
Ele dizia que gostava de sinceridade e quando fui sincera abandonou-me.
Ele dizia que não queria ninguém, eu fui ingénua ao pensar que isso se estendia a todas as raparigas.
Ele dizia sempre que me adorava, agora quase nem olá nem adeus.
Ele dizia que não tinha medo de nada, e agora teme que ela se vá embora.